quinta-feira, 10 de abril de 2014

APARÊNCIA E EGOISMO CONTO ESCRITO EM 16/08/1944

"Há muito tempo, na terra, anunciou-se em certa região tremenda enchente. A bicharada, desde a pequena formiga ao volumoso elefante, se aprestaram para a imigração em massa. Ora, a gazela, bichinha delicada e medrosa, correu pedir instruções ao sabio dos animais. Este que era o burro, quem fôra, aliás, o advinho da eminente catastrofe, recebeu-a como a todos animais que o tinham na conta dum inegualavel conselheiro. Depois que a gazela lhe disse as suas angustias por se achar tão fragil em viajar sózinha, por floresta cheia de perigos, o burro ponderou-lhe: "Sim, retruca ela, "apezar de não confiar na amizad dos bichos, entretanto, não querendo estupidamente mporrer, justamente agora que sou tão bela e catita, gostaria saber como se chamam."
"É a raposa e o leão." responde-lhe o burro, significativamente.
A gazela muito comovida agradece e vai para a borda da floresta esperando os dois animais mencionados. Nisto aproxima=se a raposa, de pernas finas e olhos vivos. Ao passar por aquela, bem decepcionada pela sua aparencia, a mesma interrompe-lhe a caminhada, dizendo: "Eh, raposa, vais atravessares ésta mata feia nestas pernas finas e de olhos tão inquietos?" "Adoravel gazela, se vieres comigo, irás ver quanto valem as minhas pernitas e olhitos." responde a raposa. "Bah, raposa ridicula, vai-te eu irei com o leão que já aí vem." Efetivamente, este rufindo, espadando sua soberba cauda, vinha que metia medo. A raposa se raspou o mais depressa que poude ao ve-lo. Com voz melosa, a gazela suplica-lhe: "Meu amado leão, toso poderoso dos animais, tenha pena de mim, leve-me consigo." Este, todo convencido, simplismente num gesto rompante aquieceu. A nossa astuciosa raposa, lepidamente, depois de inteligentemente se furtar a todos os muitos perigos da floresta, atravessara-a e sem um arranhãozinho chega as margens dum caudaloso rio, e , aí descança um pouco antes de atravessa-lo. Vê, então, que se aproxima a gazela com seu companheiro. Mas em que estado! O leão vinha que dava dó. Língua de fóra, manquejando, todo lanhado, de olhos vidrados, parecia proximo da morte. A gazela ao ver a raposa, exclama espantada: "Divina raposa, bons olhos a vejam! E como estás disposta depois duma viagem como ésta, será possível?" ésta despreocupadamente responde: "Isso é lá comigo. Que tal será a travessia, hein gazela mimosa? " Assim dizendo pulou no rio, e começou a nadar. O pobre leão, num ultimo esforço, tambem procura com a gazela atravessar a corrente. Já na outra margem, a raposa observa os dois, e começou a afundar. Então, a gazela aflita grita para a raposa: "Socorro, querida raposa, salvai-me que eu morro!" E a raposa chocareiramente responde: "Sua gazela pelintra, vê onde a conduziu o teu enfatuamento interesseiro, agora morre, por te fiares sómente na aparencia." PARA TODOS, JOVENS PRINCIPALMENTE, ISTO SERVE DE ADVERTENCIA, POR ACREDITAREM MAIS EM SEU EGOISMO E NAS APARENCIAS.